Leciono História para o 7º Ano e o tema a ser estudado era “A Expansão do Islã”.
Lembrei-me da obra “As mil e uma noites”.Obra literária de grande beleza,.Nela estão reunidas histórias criadas por diferentes pessoas ao longo de muitos anos.
Esta obra desperta o imaginário ocidental sobre um mundo por nós muitas vezes desconhecido.
Foi através dessa nessa obra que começamos o estudo sobre a história e a cultura islâmica. Estimulei os alunos a procurarem saber o que era, de onde era a obra “As Mil e uma Noites”.Fiz um levantamento das informações que eles trouxeram.Alguns já tinham lido algumas histórias como “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”, outros já tinham assistido a filmes ou desenhos animados.
Inicie contando a eles a história de Sherazade.De como ela se manteve viva durante mil e uma noites contando histórias ao seu marido.
Após o relato demos inicio ao estudo do tema com material didático e exposição oral.
Nas aulas seguintes fiz o que a própria Sherazade fazia para manter-se viva. Ao final de cada aula, contava uma das histórias do livr,o mas parava quando algo surpreendente estava por acontecer, mantendo-os atentos e curiosos.
Na próxima aula discutíamos as diferenças culturais que percebíamos nos relatos e avançávamos no estudo do tema com o livro didático, mas a hora mais esperada era o fim das aulas, todos queriam ouvir mais uma história.Depois disso os dois livros que tinhamos na biblioteca não pararam mais na prateleira.
Por fim organizamos uma apresentação da história com auxilio de uma aluna do 9ºAno que se dispôs a decorar, ensaiar e apresentar a outras classes a história de Sherasade que eu reescrevi.
Fiz roupas para ela e para mais dois alunos para caracterizá- los como sultana, sua irmã e o sultão. O resultado foi tão bom que eles se apresentaram na feira do livro daquele ano (2011)aqui em Joinville.
AS MIL E UMA NOITES
Por Liane Coral
Nos quatro cantos do mundo contam minha história.
Meu nome é Sherazade.
Sou a sultana Sherazade, esposa de Shariar, príncipe da Pérsia.
Não sou sua primeira esposa, mas espero ser a última.
Digo isso porque no passado Shariar acreditava-se muito feliz, até no entanto descobrir que era traído por sua esposa com um servo qualquer.
Transtornado pela dor da traição ele sacou da espada e cortou-lhe a cabeça.
Não demorou e Shariar fez um juramento terrível.
Todas as noites ele casaria e de manhã mandaria executarem a esposa. E assim foi,a noite casava e
logo cedo a infeliz esposa era levada ao carrasco.Desse modo nunca mais seria traído.
Shariar perdeu o amor de seus vassalos. Em vez de respeito tinham-lhe agora temor e ódio.
Um dia porém chegou minha vez.Eu Sherazade filha do ministro do sultão.Minha casa encheu-se de pavor , mas acalmei meu pai. Eu tinha um plano.
Na minha noite de núpcias combinei com minha irmã que ela me chamasse.E assim foi. Ainda era madrugada quando Duniazade pos-se a chorar em minha porta.
Expliquei ao sultão que ela costumava ouvir minhas histórias e que só então dormia.Tratando-se de minha ultima noite, pedi que deixasse que eu contasse apenas mais uma história para ela, no que ele consentiu.
Duniazade entrou pela porta instalou-se no tapetes e eu iniciei...
-Era uma vez um mágico muito mau...
No início Shariar não se mostrou nada feliz com aquela situação inusitada mas por fiz entreteve-se com a história.Quando a história estava no seu ponto mais interessante ouviu-se o carrasco a afiar as sua espadas...amanhecera.
O sultão ordenou que ele esperasse, queria saber o fim da história.
Disse-lhe que descansasse eu continuaria depois
.E assim foi, ele deitou-se adormeceu a noite acordou e pediu que eu terminasse o relato, no que lhe atendi prontamente. Depois pediu-me que contasse outra história.
Foi assim que durante mil e uma noites escapei da morte.
Contei-lhe as histórias de Ali Babá e os quarenta ladrões.
De Simbá o Marujo.
De Aladim e a lâmpada maravilhosa e muitas e muitas outras.
Mas um dia as histórias acabaram. Disse a Shariar que ele poderia por fim mandar-me ao carrasco. Para meu alívio meu marido declarou no entanto que não poderia mais viver longe de mim, e que jamais faria tal coisa.
Hoje no reino todos súditos voltaram a respeitar Shariar e foi assim como lhes contei que eu livrei-me da morte certa.
Se você quer como Shariar conhecer minhas histórias é só ler o livro “As mil e uma noites. Quem sabe elas não te livrarão da morte também, ou pelo menos te livraram do tédio em mil e uma noites de leitura.
E por fim uma paródia para não esquecer do tema
-e nem dá pra esquecer essa melodia grudentinha de Ai se eu te pego, desculpem mas vale tudo pra lembrar o assunto.
Com vocês...Tá tudo no Alcorão!
Parabéns, Liane, por mais esta iniciativa. Obrigada por compartilhar suas experiências. Seu blog está fantástico .
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